NÃO VAI DAR...
As questões associadas ao fator "tempo" sempre me fascinaram (e estão muito presentes, sob várias formas, nas minhas sessões de coaching), contudo, nos últimos "tempos", tenho-me debruçado sobre um aspeto que, direta ou indiretamente, advém dessas mesmas questões: a vontade.
Quando alguém diz "não posso", é porque realmente não tem disponibilidade (ou criatividade para a encontrar) ou não a quer ter? Por vezes, essas afirmações até designam o "impossível", mas até que ponto será falta de vontade disfarçada de impossibilidade?
"O tempo chega sempre, mas há casos em que não chega a tempo" - Camilo Castelo Branco
Esta falta de vontade, muitas vezes também expressada por "hei de fazer" (sim, perdeu o hífen) ou "depois combinamos isso", pode inclusive colocar em causa algumas coisas dadas como adquiridas, nomeadamente aquelas que necessitam de ser alimentadas para não existir o risco de definharem (algumas até um estado vegetativo que pode ser difícil de inverter).
Iris Murdoch escreveu que "o tempo, tal como o mar, desfaz todos os nós", pelo que disponibilizar tempo a situações, a pessoas e a relações pode salvaguardar os aspetos mais importantes da vida, independentemente das circunstâncias particulares que possam existir.
Já Stuart Mill referiu que "uma vontade pode modificar as circunstâncias", sendo por isso fundamental deixar de usar o fator tempo como desculpa para tudo e refletir antes sobre a validade e a lógica (ou falta dela) das nossas escolhas.
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