O QUE É QUE ANDAMOS A FAZER?
A obra do sociólogo Zygmunt Bauman defende que, a partir do século 20, a sociedade sofreu uma mudança de paradigma, passando de uma sociedade de produção para uma sociedade de consumo.Como consequência, emergiu a aceleração de um processo de fragmentação da vida humana em que se deixou de pensar em termos de comunidade (pertença a alguma coisa - nação, grupo ou movimento - com base num sistema de valores comum), para a existência de identidades que restringiram o seu significado e propósito de vida a tudo aquilo que acontece individualmente e a curto prazo (facto potenciado vezes mil pelas redes sociais).
“O conceito de progresso foi transferido da ideia de melhoria partilhada para a de sobrevivência do indivíduo”, resumiu Bauman, argumentando que “o progresso é pensado não mais a partir de um contexto e desejo de evolução coletiva, mas em conexão com o esforço desesperado e individualista para se manter numa corrida.”
O contexto pandémico poderia ter funcionado como um travão a tudo isto... mas funcionou, afinal, como acelerador!
“Às vezes espanto-me e pergunto-me como pudemos a tal ponto mergulhar naquilo que estava a acontecer, sem a menor tentativa de resistência" - Caio Abreu
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