SILENCIADAS AS TRUMP(ETAS)  

 

Por fim, terminou o mandato daquele que, na opinião de muitos (incluindo a minha), foi o pior presidente que os Estados Unidos da América já conheceram (e não, estas opiniões não se baseiam em fake news).      

 

Carl Sagan, escreveu na sua obra Os Dragões do Éden que “o Homem exterminou sistematicamente todos os demais primatas que manifestavam sinais de inteligência (…) obrigando a recuar as fronteiras da inteligência e da capacidade de linguagem, reduzindo-as a formas que só dificilmente são reconhecíveis”.

 

Foi isso que tentou fazer Donald Trump, durante os quatro (longos) anos em que se manteve em funções, através da firme intenção de suprimir qualquer espécie de crítica ou debate, castrando ao máximo os exercícios intelectuais que se manifestavam opositores das suas “ideias” para o país e para o mundo, visando com isso conseguir levar a cabo um processo de “domesticação” gerador do maior número possível de imbecis que, gravitando à sua volta, sustentariam um padrão de poder por si idealizado.

 

A este propósito, Pino Aprile, no seu livro Elogio do Imbecil, afirmou que “em democracia cada cabeça vale um voto, ainda que se trate de uma cabeça oca. Todas as formas de domínio procuram impor a uniformidade dos pensamentos, dos desejos, do mesmo modo que visam massificar os indivíduos e vinculá-los a um modelo comum de imbecilidade”.

 

Donald Trump foi então uma espécie de ditador (democraticamente eleito, tal como outros), e à semelhança de todos os outros ditadores, quis implementar um regime sufocador de qualquer inteligência capaz de o pôr em causa. Assim, as suas ações não tiveram nada que ver com liderança, tiveram sim a ver com o medo de mostrar as suas (inúmeras) fragilidades.

 

Trump demitiu e ridicularizou todos aqueles que questionaram e ameaçaram, através da exposição de factos concretos, o seu “inestimável reinado”, suprimindo a liberdade de pensamento e também, sempre que conseguiu, os respetivos pensadores, dirigindo em simultâneo o seu discurso às massas que viam nas suas palavras (e mentiras) um graal salvador para as suas vidas.

 

Foram muitos e fervorosos os seus seguidores (cometendo atos insanos como o ataque ao Capitólio), pelo que o desafio de quem o sucede é enorme. Godspeed!

“Os donos deste país conhecem a verdade: chama-se sonho americano porque é preciso estar a dormir para acreditar nele” – George Carlin