PROBLEMAS COM A NET
“A
autoestrada da informação transformará a nossa cultura tão drasticamente quanto
a imprensa de Gutenberg o fez na Idade Média” – Bill Gates
Alan
Turing influenciou a ciência da computação e o conceito de
algoritmo com a máquina de Turing, desempenhando um papel fundamental
na criação do computador moderno (foi pioneiro na inteligência artificial).
Durante
a II Guerra Mundial (1939-1945), Turing trabalhou para a inteligência
britânica num centro especializado em quebra de códigos (foi chefe do Hut
8, secção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã), planeando
uma série de técnicas para quebrar os códigos nazis, incluindo o método
da bomba eletromecânica (máquina para encontrar definições da Enigma).
Posteriormente,
os militares norte-americanos criam a Advanced Research Projects Agency
Network. A ARPANET cresce e desenvolve-se, transformando-se na internet
(World Wide Web), com o contributo de Tim Berners-Lee.
Esta conquista
tecnológica aumentou, de forma determinante, a eficiência e produtividade no
trabalho, substituindo lógicas e espaços físicos por virtuais em todos os setores
de atividade, gerando novos hábitos de vida digitais que se enraizaram na
sociedade à escala global, estando hoje quase tudo à distância de um click.
Quais
são então os contras disto tudo? Fazer tudo mais rápido e de forma simultânea (multitasking),
pode também fazer aumentar lapsos de memória (um indício que não deve ser
ignorado), aumentar faltas de atenção / distrações e diminuir cuidados
preventivos (em relação a nós próprios e na interação com os
outros).
Existem
estudos, com factos e números, que revelam que durante um dia de trabalho cada
pessoa visita, em média, cerca de 50 sítios de internet diferentes. E no espaço
de uma hora, é capaz de alternar entre programas distintos (informáticos), por 40 vezes. A informação consumida triplicou, comparativamente com as práticas registadas
nos idos anos 90.
Atualmente,
comunica-se mais através de email, redes sociais, fóruns online e
derivados, do que presencialmente. Verificam-se igualmente aumentos exponenciais,
de forma generalizada, dos níveis de agressividade e stress. Se não se responder
a um email no espaço de poucas horas (nalguns casos minutos), o
remetente sente-se irritado e pode, inclusive, alterar-se, lidando de forma desadequada ou pouco educada, com os interlocutores envolvidos.
Quando
percebem o vibrar do telefone, verificam o email ou navegam numa rede
social, as pessoas recebem uma injeção de dopamina no cérebro (neurotransmissor
que atua no sistema nervoso central interferindo, por exemplo, com as emoções,
a atenção, a aprendizagem e o sono). Com o tempo, ficam viciadas com esses
processos, acentuando-os no dia-a-dia e ocupando-se cada vez mais com eles.
No extremo
das consequências negativas possíveis, temos cenários crescentes tais como o cyberbullying,
ataques de pânico, depressões e suicídios.
Posto
isto, queremos realmente tanto teletrabalho, tantas redes sociais, tanta telescola / escola on-line e afins? Ou queremos também manter a socialização educacional, profissional e pessoal “à
antiga”? Como em quase tudo na vida, a ponderação e a moderação costumam ser boas
soluções.
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