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ENTREVISTA COM O NOVO CORONA VÍRUS


Aqui fica, em exclusivo, a entrevista que faltava. Alerto para algumas passagens que podem ser consideradas chocantes.

Porquê o nome “novo corona vírus”? Porque não só “corona vírus”?
- Isto não foi um projeto originado por mim, tem sido um negócio de gerações. Está na família faz muito tempo, já não sabemos fazer outra coisa, é tão natural como respirar (riso). Além disso fica no ouvido, não acha?

Tem conseguido resultados surpreendentes, dinamizando os números do setor. Considera-se um fora de série nesta área?
- Tenho conseguido os maiores resultados da memória mais recente, mas foram as bases criadas pelos meus antecessores que tornaram tudo isto uma realidade. E depois há muitos envolvidos, que trabalham na sombra, sem os quais nada disto seria possível. Eu sou só o rosto visível, mas isto é um trabalho de equipa.

Contudo, apesar dos resultados, sabemos que teve momentos de algum desalento. Quais os motivos?
- Vocês são terríveis, descobrem tudo. Sim, é verdade. Agora estou melhor, mas estes últimos tempos não têm sido nada fáceis…

Porquê?
- Sabe, gerir aqueles que estão fidelizados não é tudo. A partir de determinada altura eram sempre os mesmos… fez-me muita falta o convívio com novas pessoas. Livre, sem barreiras. Até porque esse contacto pode sempre gerar novos negócios.

Com um número tão elevado de contágios, o que o leva a pensar dessa maneira?
- Pois, mas com o confinamento isto diminuiu muito… houve dias muito maus, cheguei mesmo a pensar em mudar de atividade. Ainda tentei o teletrabalho, mas não consegui adaptar-me. E vejo que as pessoas também estão saturadas de interagir através de écrans. Este é, aliás, um alerta que deixo às empresas. Eu não chego a essas pessoas, mas elas também não chegam umas às outras, o que vai conduzir a uma série de problemas relacionais e também psicológicos no curto prazo. Contra mim falo, mas acho que devem ser encontradas novas soluções.

Quais são então as perspetivas para a sua atividade nos próximos tempos?
- Olhe, sou um otimista por natureza. E por uma questão de justiça, tenho de agradecer ao estado português. Estava a começar a equacionar desistir de tudo, mas graças ao apoio do Governo recebi uma injeção de ânimo. E isto, depois de muito tempo a agirem contra os meus interesses, o que ainda me deixou mais satisfeito.

Quer desenvolver?
- Claro que sim, com todo o gosto! Comecei a ver uma luz ao fundo do túnel, uma lufada de ar fresco após o fim do estado de emergência. Não pelo desconfinamento em si, mas pela reação das pessoas.

A reação das pessoas?
- Sim, sim, as pessoas foram espetaculares! Diminuíram logo as medidas preventivas, encheram as praias, fizeram manifestações, festas como se não houvesse amanhã… até fizeram uma em minha homenagem!

Uma festa? Depois das coisas negativas que disseram sobre si?
- Olhe, não podemos acreditar em tudo o que se diz por aí. Já sabe que as notícias valem o que valem. Foi no Algarve em Lagos. Eram para ir 20 pessoas e acabaram por chegar mais de 100, foi fantástico! Até me emocionei, não estava à espera…

Falou do Governo… acha que o estado português promoveu esses comportamentos?
- Não, não, o estado português cumpriu o papel esperado continuando a apelar à prevenção após o desconfinamento, mas as pessoas… as pessoas não deixam de me surpreender! Pronto, estou a emocionar-me outra vez… sou de lágrima fácil, sabe? E já me estou a dispersar… eu sinto muito as coisas e depois disperso-me um bocadinho. Quando falei sobre o apoio do governo, referia-me às últimas decisões tomadas.

Está a falar de futebol? Não o sabia adepto do desporto rei…
- Apanharam uma das minhas fraquezas… adoro futebol! Milhares de pessoas a interagirem e conviverem em conjunto, dentro e fora dos estádios, sem grandes precauções, levadas pelo calor do momento, é apaixonante! Quando soube que a Liga dos Campeões ia ser jogada em Portugal, mesmo que à porta fechada, olhe não me contive… fui para a rua gritar! Estava muita coisa presa cá dentro, sabe? Já tinha ficado muito contente com o comunicado da DGS em relação aos arraiais… quando percebi que as esplanadas podiam ter música e utilizar grelhadores, os grelhadores podiam ter sardinhas… uma coisa leva à outra, comecei logo numa excitação... tenho uma imaginação muito fértil, sou muito criativo (riso). Mas o futebol enche-me as medidas. Nunca me vou esquecer de um jogo que assisti recentemente em Itália, os adeptos a inundarem as praças… são coisas que ficam na memória. Também eu acabei por ficar por lá, tal foi o impacto que aquilo teve em mim. Mal posso esperar por agosto, e logo em Portugal, o país que até há pouco tempo estava trancado a sete chaves para tudo, estou radiante!

Acabou o tempo que tínhamos para esta nossa conversa. Quer dizer mais alguma coisa aos portugueses?
- Quero, quero agradecer a oportunidade e dizer que nunca é tarde. Não sou de ressentimentos. Adoro os portugueses e as suas contradições! Temos andado um bocadinho de costas voltadas, comparativamente ao que tenho feito noutros países, mas ainda vamos a tempo. Como canta o Jorge Palma, que faz parte de um dos meus grupos de risco (celebrou setenta anos), numa música que considero um hino à minha atividade, “encostem-se a mim”!





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