COISAS QUE ACONTECERAM
África. O berço da vida. O ser humano adaptou-se a
uma grande diversidade de ambientes e espalhou-se pelo Médio Oriente, Europa e
Ásia. Há 40.000 anos, na última Idade do Gelo, os níveis do mar desceram,
expondo uma ponte de terra entre a Sibéria e o Alasca, o que permitiu alcançar
as Américas pela primeira vez.
No final da Idade do Gelo, há cerca de 10.000 anos atrás, o
cultivo e a domesticação de animais possibilitou aos humanos fixarem-se num
lugar pela primeira vez. O cultivo criou, também, um excedente alimentar que
permitiu a um maior grupo de pessoas viverem em conjunto, o que conduziu à
formação das primeiras aldeias. Mudou a forma de vida das pessoas, mas também a
sua forma de pensar. Novos deuses foram criados para explicar o comportamento
animal, a fertilidade e os ciclos sazonais das sementeiras.
Antiga Suméria. Havia um Deus da Astronomia. Um Deus da
Horticultura. Um Deus da Irrigação. E os sacerdotes eram os escribas e os
técnicos que investigavam esses campos do conhecimento. O desenvolvimento de
cidades e estados, em diferentes partes do mundo, resultaram em muitos
acontecimentos importantes. A literatura e o conhecimento científico e
matemático emergiram.
Antiga Grécia. Os filósofos tentavam compreender o motivo
de aqui estarmos, desenvolveram a teoria do átomo, dos movimentos celestiais e
da ética humana. Mas enquanto Sócrates instruía as pessoas de Atenas, Confúcio
desenvolveu a filosofia política na China. A Pérsia criou o primeiro império
global, encontrando-se espalhada por três continentes. No Norte da Europa,
diversas tribos partilhavam uma linguagem comum, formando a base de uma
identidade Celta. Na América Central, os Olmecs criaram calendários sofisticados,
artesanato e desenvolveram conceitos religiosos.
Alexandre, o Grande, conquistou o Império Persa tornando-se
um modelo para outros governantes, entre os quais Augusto, primeiro imperador de
Roma, que o imitou ao utilizar a sua própria imagem para representar o poder perante
os súbditos. Em contraste, o imperador Ashoka rejeitou o estilo de governação
autoritária, promovendo uma filosofia pacífica através de inscrições
distribuídas por toda a Índia.
Contudo, o Império Romano continuou a sua expansão, apenas
rivalizado em tamanho e população pela dinastia Han na China. Na História
tradicional chinesa, a decadência e a luxúria eram associadas aos períodos de
declínio. O colapso da dinastia Han, dando lugar a um caótico período de
desunião, foi parcialmente atribuído ao facto de os imperadores sucumbirem ao
prazer e à luxúria. Similarmente, em Roma, os intelectuais preocupavam-se que
os mesmos motivos conduzissem o império à ruína.
Entre o colapso do Império Romano e o Renascimento italiano
surgiu uma época conhecida como medieval. A civilização Tang na China, o
Império Islâmico e o Império Maya estavam no seu auge durante o período
medieval europeu.
Período de caos e de desenvolvimento cultural e artístico. A
Igreja ocidental ascendeu a uma posição de poder supremo. Criadora de Reis,
proprietária e difusora da verdade, tomou a seu cargo deter o conhecimento. O
dogma era lei. Mas a Ciência tinha avançado e desafiava o dogma de que a Terra era
o centro do Universo. Copérnico e Galileu sentiram a mão pesada da Igreja.
Incapaz de continuar a suprimir a Ciência, a Igreja fez com
esta uma divisão do conhecimento e dos esforços humanos. Descartes inventou o
dualismo, fez um pacto com a Igreja para evitar a sua perseguição e continuou a
estudar os aspetos físicos e materiais, sem ser considerado um herege. A Igreja
ficava com o invisível, detentora do tema da alma e da consciência interior. A
Ciência com o visível. Líderes influentes da Igreja diziam falar por Deus e
exigiam devoção às suas crenças e regras.
Pensadores avançados, como Newton ou Da Vinci, foram
obrigados a esconder grande parte do seu trabalho para não terem o triste final
de serem queimados na fogueira. Mas Darwin contra-atacou, afirmando que o
Criador não está em lado nenhum. Somos mutações do acaso e veículos da demanda
incansável do ADN.
Muitas mais coisas aconteceram (sobre algumas delas já
falámos noutras publicações), mas as que agora foram abordadas são uma boa
amostra das inúmeras linhas que se cruzaram, suportadas por variados contextos
de conflito, influência, motivação e decisão, até chegarmos à humanidade que hoje somos.
“O facto de os homens não aprenderem muito com as lições da
História é a mais importante lição da História” – Aldous Huxley
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