COMPUTAÇÃO MOTIVACIONAL
“Se
lutar com alguém por um objeto que é dessa pessoa, isso será um assalto. Se
pagar a alguém por um objeto que é dessa pessoa, isso será uma transação. Se pedir a alguém um
objeto que é dessa pessoa, isso será um donativo” – Mahatma Gandhi
As
sociedades apresentam às pessoas objetivos e estilos de vida, mas nem todos têm os
meios para os atingir. Devido a isto, e segundo Robert Merton, “a pressão para
a conformidade e para ser bem sucedido pode conduzir a atos desviantes, cometidos como resposta a situações sociais”.
Quando
olhamos para o desenvolvimento do ser humano, o estudo dos diferentes traços de
personalidade oferece informação muito relevante. Contudo, também devem ser
tidos em conta os fatores externos e o contexto. Walter Mischel defendeu que “a
interação entre a pessoa e a situação em que se encontra é o melhor previsor da
sua conduta”, abordagem sustentada também por Kurt Lewin quando afirmou que “é
necessário ter em conta os tons do indivíduo e do meio”, sendo estes fatores fundamentais
para conseguir detetar e entender necessidades, interesses e motivações.
Ao falarmos de motivação, é imperioso abordar aquele que deve ser o trabalho de
maior destaque de Abraham Maslow, a conceptualização de uma “pirâmide” que categoriza
e hierarquiza as principais necessidades do ser humano (fisiológicas,
segurança, sociais, estima e auto realização), por ordem de valorização e assentes
nos princípios da dominância, isto é, “enquanto uma necessidade básica não
estiver satisfeita, as outras não têm força para dirigir o comportamento”, e da
emergência, ou seja, “quando uma necessidade é satisfeita, aparece uma nova
para satisfazer”, pois somos, por natureza, insatisfeitos.
No
que respeita à distinção entre satisfação e insatisfação, importa olhar para a
análise de Frederick Herzberg que aborda a satisfação como sendo “originada por
fatores de motivação intrínseca, como oportunidades de crescimento, desenvolvimento,
responsabilidade, natureza das tarefas, reconhecimento e realização”. Já a
insatisfação “resulta de fatores extrínsecos, como políticas, estilos de liderança,
relacionamentos interpessoais e condições (tipo de trabalho e recursos para o
fazer, nível salarial…)”.
O
fator expetativa não é alheio às questões anteriores, pelo que outros autores, nomeadamente
Victor Vroom, Edward Lawler e Lyman Porter analisaram este fenómeno, afirmando
que “a força da tendência para uma pessoa agir de determinada forma, depende da
força da expectativa quanto ao resultado da sua atuação e ao grau de
atratividade da recompensa que estiver associada ao resultado conseguido”.
Relevante
é também a tese de David McClelland, centrada no facto de, nas sociedades ditas
desenvolvidas, as pessoas serem motivadas por três necessidades chave: realização,
afiliação e poder.
No
que respeita à satisfação das necessidades de realização, esta centra-se no “desejo
de obter bons desempenhos em situações desafiantes e competitivas, assumindo responsabilidades
na resolução de problemas, estabelecendo objetivos exigentes e assumindo riscos
calculados”.
A satisfação
das necessidades de afiliação, consiste em “ter amizades e ser aceite pelos
outros, sendo mais cooperante que competitivo”.
Por último,
a satisfação das necessidades de poder acontece “quando as pessoas são
motivadas por influenciar e controlar o comportamento dos outros”.
Pode existir
uma maior ou menor tendência para cada uma delas, mas inevitavelmente encontram-se
interligadas, como se pode depreender das palavras de Gustave Flaubert, no seu
livro “A educação sentimental”, quando escreve que “ambos haviam falhado em
seus objetivos – o que sonhava apenas com o amor e, o outro, apenas com o poder”.
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